30 anos + 7... dentro da armadura, só um menino há


Pois é, faço 37 (trinta e sete) anos neste exato momento. Quer dizer, neste exato dia. Até porque o momento nunca é exato, porque em sua exatidão já passou e deixou de sê-lo. Finitude, palavra presente a cada um de nós, mesmo quando leio sobre o aniversário de Oscar Niemayer que fará, dia 15 de Dezembro, 103 anos de existência.

Gosto muito de números. Muito mesmo. Quem me conhece mais de perto sabe que faço contas pra tudo, guardo os números mais absurdos possíveis, por motivação nada especial. Quer dizer, às vezes por diversão, outras por vaidade mesmo. Lembro-me de fazer compras no supermercado com meu pai e somar de cabeça o valor de itens para no final dizer: Cento e Vinte e Sete Cruzeiros e Quarenta e Sete Centavos (ou eram Cruzados? Cruzados Novos? Bem, lá se vão alguns anos e aqueles eram anos em que eu não precisava pagar a tal conta... era só diversão!).

E o legal de se fazer 37 anos é que tenho dois números dos quais gosto muito: 27 e 47. O 47 começou quando mudamos (ainda guri) para uma casa - onde ainda mora meu pai - cujo número é 47. E como foi uma casa demolida, meu pai guardou a placa com o número antigo e colocou numa madeira, envernizou-a e lá esta ela até hoje na sala de minha casa (porque casa de pai continua sendo nossa, não é mesmo?!). Já o 27 é o meu predileto. Desde menino, sempre achei que este número me perseguia. Seja nos momentos em que me safava de algo, seja me deparando o tempo todo com ele. E a minha nova(?!) idade está entre um e outro. Não é fantástico?! Pois é, ao menos para mim. E o último post deste blog que estava parado (mas me proponho a voltar com afinco, assim como com a dieta...) foi em 24 de Maio de 2010, que somados os números em qualquer posição, de frente para trás e de trás para frente, não significam absolutamente NADA!

Mas apesar de não funcionar sempre, claro, gosto tanto de números que acredito que Deus também goste. E Ele tem os Seus números prediletos. 12 apóstolos - e o pessoal ligado a um tal movimento ficaria exultante..., mas Ele gosta de 24 (nada a ver com Jogo do Bicho, pelo amor dEle!), por causa dos 24 anciãos diante do Trono Celestial em Apocalipse. Gosta de 40 anos, pois parece que muitos reis governaram 40 anos. E este número dava ideia de completude, de que o governo teve início, meio e fim, como o de Davi sobre Israel. Mesmo que, segundo os biblistas, não fossem 40 anos literais.

E Deus gosta de três. Trindade. Nos três dias após a morte há ressurreição. 10, por causa dos Mandamentos. Oito temos ideia de infinito, ideia de completo também. Acho que não gosta de 666... Mas sete é tido como o número da perfeição. Em seis dias criou o universo e o ser humano e no sétimo descansou. Como não-é-bobo-nem-nada, Deus gosta muito do sete porque nEle descansou. E descansa, porque me parece que ainda estamos neste tal ano sétimo - não creio que esses dias foram literais. Mas Jesus disse que o Pai trabalhava até aquele momento, e Ele, Jesus, também. E a observar a história nestes últimos 2.000 anos, me parece que tem trabalhado como nunca! Mas que Ele gosta do sete e dessa noção de descanso, a isso gosta.

E o sete em minha vida tem representado período de coisas. Impressionantemente acertado para que eu explique aqui, neste texto despretencioso. Mas eu estou esperando esta mudança de sete anos após o meu aniversário de 30 anos. Puxa, que forçada de barra - diriam alguns. No entanto, me lembro da festa surpresa preparada por minha querida esposa Vevê - sempre ela! Reunidos estavam quase todos os amigos que por esta vida adolescente/adulta passaram. Faltaram amigos de rua em São Cristóvão e do Colégio Pedro II, além de alguns que não puderam ir. Mas me recordo de ter feito uma oração, pedindo a Deus ao completar os 30 primeiros anos de minha vida que me desse ao menos mais 30 anos de vida e que pudesse viver estes 30 anos servindo-O, amando Seus filhos. Pois agora, alegro-me por só terem passado sete... pois acho que vivi coisas muito boas neste período, mas me sinto devedor! E daí vem a ideia de que JÁ se passaram sete anos.

Não, absolutamente não me preocupei com a ideia de morte. Os chegados sabem que ela não me preocupa mesmo. Mas a sensação de que o tempo está passando e que tenho servido muito pouco, isso sim me angustia e me tira o sono, como agora. E que os mais necessitados precisam de cuidado. De que há pessoas precisando de um abraço, de um ombro amigo, ou, como diria Gonzaguinha, o grande poeta, "de um sono que os torne refeitos" - acho que o verso poderia contemplar (ousadia minha) "um sonho que os torne refeitos". Porque pessoas precisam voltar a sonhar. E onde estava eu, que não pude ajudar, que não pude abraçar, que não pude ouvir estas pessoas?! Sete anos! Quantos mais ainda terei?! 27?! 47?!

Quero terminar este texto-devaneio, com uma canção. Seria a do Niemayer, que possui a sensibilidade de Deus, mesmo sem que o arquiteto creia nEle. Aos maçons, digo que o arquiteto Niemayer, não crê em Deus (ou diz que não crê) - não me refiro ao que chamam de G.A.D.U. (Grande Arquiteto do Universo)...

Niemayer escreve sobre o mulato, sobre os pobres. Na visão do pobre, mas sem rancores. Escreve estando internado num hospital. Mas a letra que vou compartilhar aqui será a de que preciso entender que somos guerreiros-meninos. E daí surge a canção vencedora, uma antiga do Prisma que diz que, dentro da armadura só um menino há. E é isso mesmo! Por isso, o Guerreiro Menino, que também deseja colo, palavras amenas, que precisa de carinho, de um abraço da própria candura. Que os guerreiros são de fato meninos, tão fortes, tão fragéis, e que no fundo do peito, sou só um menino, confiando em Seu Pai, pois em si mesmo, não daria pra ser feliz...

Mas o link que deixo retrata a canção dos meninos por dentro de uma armadura... http://migre.me/2IrY6

E ainda faltam, se Ele me permitir, 23 anos! Ou 23 dias. Que importa? Se não forem para servi-lo, pra que me servirá? E vou chorando dentro de uma armadura criada por mim e pelos outros. Porém, aqui dentro do meu peito, só um menino há, ao menos na canção, porque com 37 anos, começo a gostar de ser chamado de menino...

Comentários

Cesar Belieny disse…
É engraçado como somos presos a contabilidade que a finitude proporciona...No Cristo ressurrecto que se manifesta em ti, é que acaba a nossa visão infinita (de um começo pra sempre), transformando-se num vislumbre do Eterno ( que não tem começo, nem fim). Vivemos a eternidade do nosso dia à dia, contando(pintando...rss) 7, 27, 37 ou 47...O que nesse corpo nos for permitido contar, mas prefiro não contar o tempo e contar contigo...Que Deus lhe abençõe ainda mais!! Parabéns!!
Graça e paz!!
Cesinha

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