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Mostrando postagens de janeiro, 2013

Maioridade - Recado ao Matheus Henrique

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A gente cresce e descobre como era bom ser criança. Quanta despreocupação. Quanto tempo livre para brincar, para ser feliz! E eu fui moleque, tive infância maravilhosa. E gostava, por exemplo, de fazer compras no supermercado com meu saudoso pai. No entanto, não gosto de fazer o mesmo hoje em dia. Claro, as responsabilidades quanto ao pagamento são diferentes... A gente descobre que aos 18 anos os desafios são enormes, a disposição ainda maior e a paciência, quase zero. Quando se ganha anos de vida, se anda mais devagar, por que, afinal de contas, já se teve pressa, diria o poeta Almir Sater. A gente descobre na vida que muitas coisas são importantes. O sexo, os prazeres da comida, prazeres da diversão, prazeres dos amigos e amigas que nos ajudam a liberar as gargalhadas mais expressivas e deliciosas. A gente descobre que a vida é uma delícia, que viver é um tesão e que queremos ser imortais. Desde que tenhamos a saúde dos 18 anos, claro! A gente descobre as dores e des

O que vi da vida anteontem...

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  Vi um homem. Amputado, jogado ao chão. No meio da Praça Saens Pena, Rio de Janeiro. Bem, não era bem um homem. Ele era incompleto, abobado, invisível, drogado(?!), talvez fosse. Um triste espetáculo para alguém cujo novo ano de 2013 não deve ter a menor importância. Rastejava e se esforçava para puxar a bermudinha encardida para apresentar o cotoco da perna. Perna direita de alguém que me parecia destro. E o cotoco, membro quase fálico, era mexido todo o tempo. Possuía um buraco no meio. E as pessoas passavam. A maioria fingia não ver. Outras davam a entender que não o viam mesmo, como um casal de namorados, entretidos no amor um do outro. Alguns doavam moedas, outros alguma nota de baixo valor. Esmolavam. O que fazer com aquela imagem, pensei?! Eu que muitas vezes finjo não ver, por que me incomoda profundamente. O que foi que eu não fiz, meu Deus! Como posso agir para minorar a miséria de seres humanos como este homem? E o que fazer com aquele olhar? Falso ou não, traz em si