Leituras, reflexões e controvérsias (claro!)

O ano de 2011 foi um ano muito bom para mim. Profissionalmente, projetos parados que foram retomados, coisas simples como tratar dos dentes, pagar dívidas... enfim, um ano bom.

Mas se há algo que fiz muito pouco, foi ler. Lamentável. Um ano perdido. Mas, como todo início de ano, a promessa de leitura como uma das prioridades foi cumprida. Quer dizer, está sendo! Aos que odeiam o gerúndio... lamentando o está sendo... horrível!

Incrivelmente tenho estado empolgadíssimo em ler, retomar pensamentos, potencializar entendimentos. E claro, minha eterna busca por entender o mundo, as pessoas, o sistema, as injustiças, Deus, a religião, a hipocrisia, e muitos outros pontos que não colocarei aqui por questões de considerar demasiado chato enumerá-los. Então, quero expor aqui algumas das preciosidades que li e que estão remoendo dentro em mim.

A vida de Marina Silva foi ano passado, mas finalizei em 2012. Que vida, que história. Que sinceridade. Minha candidata, apesar de considerar muito bom o início do governo Dilma, sua preocupação com os pobres (fazendo lema de seu governo - e não é redundância não, dizer que país rico é país sem pobreza, como o seria país alegre é país sem tristeza - país rico pode ser recheado de pobreza, e aí está o índice gini que nos mostra quão desiguais nós somos). Ainda bem que o parágrafo terminou, pois não tinha mais como abrir e fechar idéias e parênteses...

Mergulhei no Furioso Amor de Deus por Brennan Manning. Esse ex-padre, ex-alcoólatra, ex-um-monte-de-coisas, acaba comigo. Literalmente. Me leva às lágrimas. Me leva mais profundo em mim mesmo e me faz perceber quanta hipocrisia ainda há. Depois Colcha de Retalhos com o personagem delicioso,Willie Juan, e agora Convite à Solitude. Dei uma pausa. Disciplina espiritual em minha vida agora não está funcionando bem. Não agora. Mudei, mas voltarei.

Philip Yancey. Alma sobrevivente. Emprestado por meu amigo Pablo, em viagem a Recife. Livro absurdo. Profundo, remexendo comigo em tudo. Principalmente na questão do entendimento do Reino de Deus em cada um. E para complicar, independente de religião. Ele trata de diversos autores que o influenciaram. Martin Luther King Jr, escrito por um homem (autor) que, na juventude foi racista, criado em igreja de brancos nos EUA e omisso em relação aos combatentes daquela verdadeira revolução pacífica de King, em suas lutas e fraquezas - em especial a sexual, que fez com que ele se torna-se mais "humano". Chesterton, Paul Brand e a vida entre os pobres da Índia e de extremo serviço para um homem absolutamente brilhante.

Então Yancey descortina autores clássicos que nunca dei atenção. Tolstoi, Dostoiévski. E lá vou ao Sebo encontrar "Ressurreição", "Crime e Castigo" e fraquejar ante "Os Sertões" de Euclides da Cunha. Não, Yancey não tratou de Euclides como um de seus mentores. Mas a descrição que estou acompanhando dos sertões e, principalmente, do sertanejo é fantástica. E Gandhi. Bom...

Gandhi me fez derramar muitas lágrimas. Sim, sou chorão. Mas ele me arrebenta. Seus princípios me lembrar a quem mais amo. Jesus de Nazaré. Não, não amo mais o cristianismo do que Jesus de Nazaré. Amo ver que pessoas têm a vida transformada pelo cristianismo. Mas amo mesmo a Jesus. E Gandhi se pareceu muito com Jesus. Mais do que minha religiosidade permitia. E cá estou com duas obras do magrelo feioso que semeou paz onde só havia discórdia. E o livro ainda trata de Henri Nouwen. Ninguém fala melhor de paternidade do que ele (já diria o amigo Hamilton Athanazio). Relação pai e filho? Lágrimas!
Muitas leituras, muitas reflexões. Muita paz em meio à inquietude. Ano que se inicia bem. Bem melhor.

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