Vovô Olympio e a Paternidade
Dormi um sono vespertino, num domingo, e sonhei, uma vez mais, com meu amado avô Olympio. Para mim era apenas "Vovôlimpo!" Acordei com os olhos marejados - e para um escritor, nada melhor que a emoção, a sensibilidade, para "colocar no papel", ou melhor, "colocar no computador" coisas, no mínimo interessantes.
Pois meu avô foi uma criatura linda. No físico também, com aqueles olhos azuis como nunca vi iguais. Um homem com histórias, muitos erros e muitos acertos, mas que nunca esqueceu um termo em particular: paternidade.
Me ensinou (perdoe-me Machado de Assis, mas "ensinou-me" num blog fica demais ;) muitas coisas. Em sua ignorância da década de 1920/30 ensinou coisas à meu pai que beiraram a irracionalidade. Mas foi tão amigo de meu pai que eu só poderia ter sido (e ainda sou!) amigo do meu bom velho Duda, meu pai. Mas era presente, apresentava a vida como algo único, e que como algo único precisava se desfrutar. Não, não desfrutar de maneira irresponsável, mas de maneira apaixonante. Aliás, de maneira única!
Foi um bon vivant. Gostava de coisas boas - mas nunca ostentou absolutamente nada - até porque nada possuiu. É o bom exemplo de ter sem possuir. Morreu na velhice e com uma aposentadoria que o fazia insistir na crítica ao ex-presidente Sarney (acho que descobri que foi com ele que passei a ter grandes sentimentos com este político...). Mas foi feliz, amou até o fim e me ensinou, volto ao ponto, a ideia clara da paternidade. Que há coisas que só um pai pode ensinar para um filho - e no meu caso, neto! E era tão bom estar perto dele. Seu cheiro bom ainda trago na memória. Memória que começa a levar a imagem - só não o faz porque recorro às fotografias.
E Henri Nowen, em seu extraordinário livro "A Volta do Filho Pródigo", fala de paternidade como nunca li em lugar algum. Porque o amor de mãe é o que mais se aproxima do amor do Deus que creio. Mas a figura do pai é fundamental na construção do caráter, na disciplina, na imposição de limites, no amor de homens e amigos. E na verdade, todos somos pródigos! Ensino e ensinei à meu amado filho "o caminho em que ele deve andar". Mas a decisão dele vai orientar a vida dele mesmo. No entanto, irá impactar a minha também. Por isso, peço ao Pai, que as decisões dele sejam as melhores possíveis. Mas serão decisões dele. E eu estarei sempre aqui, como o pai que ama, para recebê-lo de volta. Sempre. Doa o quanto doer.
Meu avô foi um pródigo, foi o conselheiro, foi o homem das piadas - acho que puxei a ele nisso (ainda que nem seja tão bom contador de piadas assim). O homem que gostava de almoçar com o filho e o neto (e aqui mais uma influência em minha alegria com boas refeições). Eu fui e tenho sido pródigo. E serei sempre, porque o Pai sempre nos recebe de volta. Esta certeza ninguém me tira. E quero ser o pai mais amoroso e paciente, mesmo diante de notas escolares "por vezes, lamentáveis" do meu filho (risos, por favor!).
Ainda faltam quase três meses para o dia dos pais. Mas quem se importa? Aprendi com meu velho vovôlimpo que dia dos pais e das mães é todo dia, e que esses dias são apenas comerciais. É, imprimiu claramente muitas coisas em meu coração. Mas a saudade... ah, esse mata e nos faz chorar! Só cessa porque sei que ainda sentarei ao lado dele e darei minhas melhores gargalhadas em suas histórias, mesmo aquelas que já ouvi tantas vezes, mas que nunca me cansei de ouvir e pedir, como criança um "de novo, vovô"! Um dia te abraço de novo, meu velho. Eu te amo e sei que o Matheus - que tirou uma foto em seu colo, próximo do dia de sua despedida, o amaria muito também. Na verdade, o amará muito. Com certeza.
Pois meu avô foi uma criatura linda. No físico também, com aqueles olhos azuis como nunca vi iguais. Um homem com histórias, muitos erros e muitos acertos, mas que nunca esqueceu um termo em particular: paternidade.
Me ensinou (perdoe-me Machado de Assis, mas "ensinou-me" num blog fica demais ;) muitas coisas. Em sua ignorância da década de 1920/30 ensinou coisas à meu pai que beiraram a irracionalidade. Mas foi tão amigo de meu pai que eu só poderia ter sido (e ainda sou!) amigo do meu bom velho Duda, meu pai. Mas era presente, apresentava a vida como algo único, e que como algo único precisava se desfrutar. Não, não desfrutar de maneira irresponsável, mas de maneira apaixonante. Aliás, de maneira única!
Foi um bon vivant. Gostava de coisas boas - mas nunca ostentou absolutamente nada - até porque nada possuiu. É o bom exemplo de ter sem possuir. Morreu na velhice e com uma aposentadoria que o fazia insistir na crítica ao ex-presidente Sarney (acho que descobri que foi com ele que passei a ter grandes sentimentos com este político...). Mas foi feliz, amou até o fim e me ensinou, volto ao ponto, a ideia clara da paternidade. Que há coisas que só um pai pode ensinar para um filho - e no meu caso, neto! E era tão bom estar perto dele. Seu cheiro bom ainda trago na memória. Memória que começa a levar a imagem - só não o faz porque recorro às fotografias.
E Henri Nowen, em seu extraordinário livro "A Volta do Filho Pródigo", fala de paternidade como nunca li em lugar algum. Porque o amor de mãe é o que mais se aproxima do amor do Deus que creio. Mas a figura do pai é fundamental na construção do caráter, na disciplina, na imposição de limites, no amor de homens e amigos. E na verdade, todos somos pródigos! Ensino e ensinei à meu amado filho "o caminho em que ele deve andar". Mas a decisão dele vai orientar a vida dele mesmo. No entanto, irá impactar a minha também. Por isso, peço ao Pai, que as decisões dele sejam as melhores possíveis. Mas serão decisões dele. E eu estarei sempre aqui, como o pai que ama, para recebê-lo de volta. Sempre. Doa o quanto doer.
Meu avô foi um pródigo, foi o conselheiro, foi o homem das piadas - acho que puxei a ele nisso (ainda que nem seja tão bom contador de piadas assim). O homem que gostava de almoçar com o filho e o neto (e aqui mais uma influência em minha alegria com boas refeições). Eu fui e tenho sido pródigo. E serei sempre, porque o Pai sempre nos recebe de volta. Esta certeza ninguém me tira. E quero ser o pai mais amoroso e paciente, mesmo diante de notas escolares "por vezes, lamentáveis" do meu filho (risos, por favor!).
Ainda faltam quase três meses para o dia dos pais. Mas quem se importa? Aprendi com meu velho vovôlimpo que dia dos pais e das mães é todo dia, e que esses dias são apenas comerciais. É, imprimiu claramente muitas coisas em meu coração. Mas a saudade... ah, esse mata e nos faz chorar! Só cessa porque sei que ainda sentarei ao lado dele e darei minhas melhores gargalhadas em suas histórias, mesmo aquelas que já ouvi tantas vezes, mas que nunca me cansei de ouvir e pedir, como criança um "de novo, vovô"! Um dia te abraço de novo, meu velho. Eu te amo e sei que o Matheus - que tirou uma foto em seu colo, próximo do dia de sua despedida, o amaria muito também. Na verdade, o amará muito. Com certeza.
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