Joaquim, black friday e consumismo
"Somos todos iguais nessa noite..." esse deve ser o sonho do poeta Ivan Lins. Todos iguais, todos, absolutamente iguais. E no Brasil onde a cultura estadunidense insiste em nos trazer o que de pior há por lá, vemos, emocionados, a história desse brasileiro, negro, pobre e agora, presidente da maior corte de justiça do Brasil.
"Era só mais um Joaquim, cuja estrela não brilha, ele era funkeiro, mas era pai de família"... com ele não aconteceu o que descreve a música. Ele é um milagre. Absoluto. Mas não por ser negro. Mas por ser negro e pobre e do interior e carregar todos os "nãos!" que recebeu da vida e da sociedade e ainda assim chegar onde ninguém em condição semelhante a sua chegou no Brasil.
Estudou, trabalhou, foi faxineiro, família muito simples. E chegou ao Supremo. Mas se fosse só faxineiro, seria mui digno. O que não é digno é um brasileiro ter potencial para ascender posições na tal "escalada social" e não poder por questões de desigualdade, de falta de oportunidades iguais para todos. "Data venia, aí não!", diria o togado que virou personagem nas redes sociais.
Mas há um aposto quando se fala no caso Joaquim. Essa coisa de ter que dizer que ele é negro. Com o passar dos anos, e a devida correção que vem sendo feita - mesmo sem ser a mais criteriosa escolha, tornará tudo isso em um acontecimento menor. E as palavras do grande Martinho da Vila, da minha Vila Isabel, minha casa, meu bairrinho, farão mais sentido, quando afirma que o que há de bom no Joaquim não é a cor, mas a capacidade. E o negão é fera. E honesto. Um exemplo a ser seguido.
Aliás, eu gostaria de ser negro. Já disse isso, mas nunca escrevi. Amo a musicalidade, a malemolência para dançar (e eu com minha cintura dura!), a genialidade dos esportes. E mais ainda, a gana de superar o preconceito ainda implícito no Brasil (às vezes explícito) para conseguir o que se quer. Mas queria chamar de criolo um irmão de cor preta. Com todo o carinho, respeito e admiração. Como chamo de irmão aos que considero irmãos. Mas aí eu estou criando mais apostos! "Aí, não!", gritaria "o vossa excelência" Joaquim Benedito Barbosa Gomes. Um brasileiro.
Somos todos iguais nessa noite... e no black, vem o tal black friday, não bastasse a idiotice do Halloween, vem esse show de consumismo, desenfreado, espiritual. Não vou nem dizer que considero o nome em inglês preconceituoso (sei que lá a empresa não fica no azul como aqui... mas me poupe de querer me fazer acreditar nisso como explicação para o nome). O Consumo é uma pessoa. É o deus desse mundo, onde os publicitários são seus profetas. Consumismo personificado na fragilidade do ser humano e das relações por ele vividas. Superficiais, exteriores e exteriotipadas. Idiotice. Promoções fajutas e ainda por cima, de coisas que não precisamos, sem ter o dinheiro para tal muitas vezes (e pagarmos em muitas vezes também...). Aqui, preciso afirmar como o faço com o maldito Halloween. Com a devida licença do excelentíssimo senhor Joaquim Barbosa. Mas black friday é o cacete!
"Era só mais um Joaquim, cuja estrela não brilha, ele era funkeiro, mas era pai de família"... com ele não aconteceu o que descreve a música. Ele é um milagre. Absoluto. Mas não por ser negro. Mas por ser negro e pobre e do interior e carregar todos os "nãos!" que recebeu da vida e da sociedade e ainda assim chegar onde ninguém em condição semelhante a sua chegou no Brasil.
Estudou, trabalhou, foi faxineiro, família muito simples. E chegou ao Supremo. Mas se fosse só faxineiro, seria mui digno. O que não é digno é um brasileiro ter potencial para ascender posições na tal "escalada social" e não poder por questões de desigualdade, de falta de oportunidades iguais para todos. "Data venia, aí não!", diria o togado que virou personagem nas redes sociais.
Mas há um aposto quando se fala no caso Joaquim. Essa coisa de ter que dizer que ele é negro. Com o passar dos anos, e a devida correção que vem sendo feita - mesmo sem ser a mais criteriosa escolha, tornará tudo isso em um acontecimento menor. E as palavras do grande Martinho da Vila, da minha Vila Isabel, minha casa, meu bairrinho, farão mais sentido, quando afirma que o que há de bom no Joaquim não é a cor, mas a capacidade. E o negão é fera. E honesto. Um exemplo a ser seguido.
Aliás, eu gostaria de ser negro. Já disse isso, mas nunca escrevi. Amo a musicalidade, a malemolência para dançar (e eu com minha cintura dura!), a genialidade dos esportes. E mais ainda, a gana de superar o preconceito ainda implícito no Brasil (às vezes explícito) para conseguir o que se quer. Mas queria chamar de criolo um irmão de cor preta. Com todo o carinho, respeito e admiração. Como chamo de irmão aos que considero irmãos. Mas aí eu estou criando mais apostos! "Aí, não!", gritaria "o vossa excelência" Joaquim Benedito Barbosa Gomes. Um brasileiro.
Somos todos iguais nessa noite... e no black, vem o tal black friday, não bastasse a idiotice do Halloween, vem esse show de consumismo, desenfreado, espiritual. Não vou nem dizer que considero o nome em inglês preconceituoso (sei que lá a empresa não fica no azul como aqui... mas me poupe de querer me fazer acreditar nisso como explicação para o nome). O Consumo é uma pessoa. É o deus desse mundo, onde os publicitários são seus profetas. Consumismo personificado na fragilidade do ser humano e das relações por ele vividas. Superficiais, exteriores e exteriotipadas. Idiotice. Promoções fajutas e ainda por cima, de coisas que não precisamos, sem ter o dinheiro para tal muitas vezes (e pagarmos em muitas vezes também...). Aqui, preciso afirmar como o faço com o maldito Halloween. Com a devida licença do excelentíssimo senhor Joaquim Barbosa. Mas black friday é o cacete!
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