BABEL E A UNIDADE
Há uma clara preocupação no coração de Deus, para que Ele tivesse lançado tremenda confusão entre os homens e mulheres que construíam a tal torre que permitiria que o nome deles ficasse eternizado na Terra: “Eis que o povo é um” (Gênesis 11:6). A unidade é um elemento fundamental para que se consiga realizar muitas coisas. E a unidade para o mal é, de fato, preocupante. É como aquele filme onde parece que só há bandidos, pois a polícia está envolvida com o crime e a personagem do filme não pode confiar em ninguém. É a unidade na corrupção, por exemplo.
Mas há no Novo Testamento, textos que falam de unidade, mas especificamente um que diz que devemos esforçar-nos “diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz” (Efésios 4:3). E aqui começo a perceber que a “maldição” de Babel, onde o Senhor confundiu a língua de todos os homens, não está sobre nós. E aí começa uma profunda inquietação.
Vasco ou Flamengo? Cruzeiro ou Atlético? Sunitas ou Xiitas? Governo ou oposição? Adeptos de Guilherme de Orange ou os católicos da Irlanda do Norte? Lutero ou Calvino? Papa ou Aiatolá? Comunistas ou capitalistas? Judeus ou Palestinos? Tradicionais ou pentecostais? Tradicionais, reformados, pentecostais ou neo-pentecostais? Cristianismo, judaísmo ou islamismo? Brancos ou negros? Farc ou governo colombiano? Evangélicos ou católicos? E poderíamos listar aqui uma infinidade de divergentes, como as divergências que geram guerras civis na África (por questões étnicas) entre muitos outros assuntos.
Precisamos nos unir a cada dia. Esquecer nossas diferenças (o que nos separa), exaltando os ponto comuns, ou como dizem, as coisas que nos unem. Futebol, que parece ser um esporte para o entretenimento, torna-se, a cada dia, em uma espécie de válvula de escape de toda uma tendência do ser humano em identificação com grupos e de aceitar envolvimento com violência contra grupos que decidiram torcer por outra agremiação, ou seja, que vestem outra camisa. Patriotismo me leva a entender até mesmo o posicionamento exagerado das testemunhas-de-Jeová. Afinal, se o nosso reino não é deste mundo, porque me emociono tanto quando o Brasil vai bem em determinadas provas? A emoção genuína deveria ser pelo atleta que venceu diversidades por toda a vida e chegou ao alto do pódio. Mas desejar que a Argentina, nossa co-irmã no Continente, seja um fracasso total em qualquer modalidade, não é algo muito natural.
Estive em 2006 num evento em Mendes que reuniu católicos e evangélicos (aqui não farei distinção – mais uma! – entre evangélicos e reformados e protestantes, etc). O que nos unia naquele lugar era a fé no Cristo (não na religião) e a compaixão pelos pobres. Eles precisam da nossa unidade de fé e de ação. Não temos tempo de ficar com discussões inúteis, com nossas certezas incertas, com nossa prepotência verborrágica (daqueles que adoram uma discussão – para mostrar seu conhecimento e “humilhar” o oponente).
Eu quero entender a fé dos franciscanos com todo o seu aparente vigor e compromisso. Porque a minha é limitada à agenda, família, trabalho, “serviços pastorais”, financiamentos, etc. Nada tendo e possuindo tudo – dizem eles. Quero penetrar na fé dos seguidores de Alá, que loucamente(?!) estão dispostos a dar a vida pela causa (que diga-se de passagem é motivo de discórdia e mais separação). Quero captar a intensidade da sinceridade dos romeiros católicos pelos cantos mais longínquos do Brasil. Quero refletir na práxis de Madre Teresa de Calcutá, nesta pequena-grande mulher, na resistência pacífica de Mahatma Gandhi, nos misteriosos abraços de Amma e em suas doces palavras contra a pobreza. Quero vivenciar a fé dos pentecostais com suas orações e seu barulho, assim como me deleito ouvindo a lucidez de Leonardo Boff, ou mesmo quando ouço a deliciosa “loucura” de Rubem Alves. Quero unir, produzir junto, caminhar mais perto a cada dia. Quero tolerar.
Mais do que tudo, eu quero caminhar com os que professam a fé neste Cristo vivo, real, com esta gente cansada de vida religiosa que só acentua diferenças, que atrapalha nosso relacionamento com Ele e que nos impedem de aproximarmo-nos dos diferentes. Gente que ama o próximo e que pretende amá-los como a si mesmos e a Deus sobre todas as coisas. Gente que torce pelo Vasco – como eu – ou que são corinthianos. Argentinos, irmãos desta América Latina de tantos desmandos, cujas veias ainda estão abertas, mas cujo entendimento de seu próprio potencial vai crescendo a cada ano. O que resta não é tão importante e pouco interessa se o filho é batizado na infância, se tem padrinho e madrinha, ou se é mergulhado em um rio com águas correntes já na idade adulta.
O desejo de nosso coração não deve estar em eternizar nosso nome nesta Terra, mas em marcar corações com o nome que está acima de todo o nome, o nome de Jesus, não o da religião, mas aquele nome que fascinou Ghandi e tantas outras personalidades que passaram pela história. Não com nossos nomes, mas com o dEle, pois se estivermos unidos nEle, andaremos mais juntos, amaremos muito mais e seremos recompensados já em vida com esta paz misteriosa e tão real que surge dentro de nós. Compartilhando, tolerando e amando muito mais.
Mas há no Novo Testamento, textos que falam de unidade, mas especificamente um que diz que devemos esforçar-nos “diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz” (Efésios 4:3). E aqui começo a perceber que a “maldição” de Babel, onde o Senhor confundiu a língua de todos os homens, não está sobre nós. E aí começa uma profunda inquietação.
Vasco ou Flamengo? Cruzeiro ou Atlético? Sunitas ou Xiitas? Governo ou oposição? Adeptos de Guilherme de Orange ou os católicos da Irlanda do Norte? Lutero ou Calvino? Papa ou Aiatolá? Comunistas ou capitalistas? Judeus ou Palestinos? Tradicionais ou pentecostais? Tradicionais, reformados, pentecostais ou neo-pentecostais? Cristianismo, judaísmo ou islamismo? Brancos ou negros? Farc ou governo colombiano? Evangélicos ou católicos? E poderíamos listar aqui uma infinidade de divergentes, como as divergências que geram guerras civis na África (por questões étnicas) entre muitos outros assuntos.
Precisamos nos unir a cada dia. Esquecer nossas diferenças (o que nos separa), exaltando os ponto comuns, ou como dizem, as coisas que nos unem. Futebol, que parece ser um esporte para o entretenimento, torna-se, a cada dia, em uma espécie de válvula de escape de toda uma tendência do ser humano em identificação com grupos e de aceitar envolvimento com violência contra grupos que decidiram torcer por outra agremiação, ou seja, que vestem outra camisa. Patriotismo me leva a entender até mesmo o posicionamento exagerado das testemunhas-de-Jeová. Afinal, se o nosso reino não é deste mundo, porque me emociono tanto quando o Brasil vai bem em determinadas provas? A emoção genuína deveria ser pelo atleta que venceu diversidades por toda a vida e chegou ao alto do pódio. Mas desejar que a Argentina, nossa co-irmã no Continente, seja um fracasso total em qualquer modalidade, não é algo muito natural.
Estive em 2006 num evento em Mendes que reuniu católicos e evangélicos (aqui não farei distinção – mais uma! – entre evangélicos e reformados e protestantes, etc). O que nos unia naquele lugar era a fé no Cristo (não na religião) e a compaixão pelos pobres. Eles precisam da nossa unidade de fé e de ação. Não temos tempo de ficar com discussões inúteis, com nossas certezas incertas, com nossa prepotência verborrágica (daqueles que adoram uma discussão – para mostrar seu conhecimento e “humilhar” o oponente).
Eu quero entender a fé dos franciscanos com todo o seu aparente vigor e compromisso. Porque a minha é limitada à agenda, família, trabalho, “serviços pastorais”, financiamentos, etc. Nada tendo e possuindo tudo – dizem eles. Quero penetrar na fé dos seguidores de Alá, que loucamente(?!) estão dispostos a dar a vida pela causa (que diga-se de passagem é motivo de discórdia e mais separação). Quero captar a intensidade da sinceridade dos romeiros católicos pelos cantos mais longínquos do Brasil. Quero refletir na práxis de Madre Teresa de Calcutá, nesta pequena-grande mulher, na resistência pacífica de Mahatma Gandhi, nos misteriosos abraços de Amma e em suas doces palavras contra a pobreza. Quero vivenciar a fé dos pentecostais com suas orações e seu barulho, assim como me deleito ouvindo a lucidez de Leonardo Boff, ou mesmo quando ouço a deliciosa “loucura” de Rubem Alves. Quero unir, produzir junto, caminhar mais perto a cada dia. Quero tolerar.
Mais do que tudo, eu quero caminhar com os que professam a fé neste Cristo vivo, real, com esta gente cansada de vida religiosa que só acentua diferenças, que atrapalha nosso relacionamento com Ele e que nos impedem de aproximarmo-nos dos diferentes. Gente que ama o próximo e que pretende amá-los como a si mesmos e a Deus sobre todas as coisas. Gente que torce pelo Vasco – como eu – ou que são corinthianos. Argentinos, irmãos desta América Latina de tantos desmandos, cujas veias ainda estão abertas, mas cujo entendimento de seu próprio potencial vai crescendo a cada ano. O que resta não é tão importante e pouco interessa se o filho é batizado na infância, se tem padrinho e madrinha, ou se é mergulhado em um rio com águas correntes já na idade adulta.
O desejo de nosso coração não deve estar em eternizar nosso nome nesta Terra, mas em marcar corações com o nome que está acima de todo o nome, o nome de Jesus, não o da religião, mas aquele nome que fascinou Ghandi e tantas outras personalidades que passaram pela história. Não com nossos nomes, mas com o dEle, pois se estivermos unidos nEle, andaremos mais juntos, amaremos muito mais e seremos recompensados já em vida com esta paz misteriosa e tão real que surge dentro de nós. Compartilhando, tolerando e amando muito mais.
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Aleluia!