CORDEL sobre meu livro "POBRES E RICOS" - por André de Oliveira
"Seu
opúsculo pequeno
Traz
a gota do sereno(nem só de temporal se vive)
Lendo-o, pode crer, retive
Examinei de tudo
Contive-me no conteúdo
E onde nunca estivera, estive
A fábula é preciosa
Fornece sustança à prosa
Prende de vez o leitor
Como o brilho furtacor
Que se percebe na nuança
Palavras se entrelaçam na dança
Feito caule, espinho e flor
Por certo há de incomodar
Quem só conjuga somar
E tem um quê por Mamom
E solfeja em semitom
Vive à caça de vento
Na avidez do avarento
Acaba perdendo o tom
Ensinos
de Jesus: justos
Mas
há que avaliar os custosAbrir mão do ego
Que é mestre em dar nó cego
Nem todos estão dispostos
Porque o mundo traz os opostos
Martelo apanhando do prego
Onde
está a segurança?
Na
bolsa? Na poupança?Títulos de capitalização?
O sistema é malsão
Mascara o dividendo
Quem pensa estar crescendo
No fim deve um milhão
A
lógica da conjuntura
Faz
uso da usuraNesta aldeia global
Espirrou lá no Nepal
Paga-se o pato em Nova Iguaçu
É a praga do urubu
Contaminando o quintal
Pobres
e ricos
Zé
da Silva e Fredericos
Carecem
de Jesus
Dinheiro
não rima com a cruzSiga em frente Duran
Seu livro não é a flauta de Pan
Mas seu escrito seduz"
(Cordel por André de Oliveira)
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