SINAIS CLAROS DE UMA VIDA RELIGIOSA - 1a. PARTE
Queremos propor uma práxis. Ou seja, uma reflexão que gere ação. Como pede a oração de Alcoólicos Anônimos: “Concedei-nos, Senhor, a serenidade necessária para aceitar as coisas que não podemos modificar. Coragem para modificar aquelas que podemos e sabedoria para distinguir uma das outras”. Coragem, paciência, sabendo que podemos estar plantando uma semente. E estamos!
Entenderemos pontos que são sinais claros de uma vida religiosa. Analisaremos sete pontos. E analisaremos religiosa no que a palavra tem de pior. Não religiosa no sentido de piedosa, comprometida com Deus. Mas hipócrita, julgadora, com propósitos errados e, atualmente, individualistas.
O segundo passo é admitirmos que ou somos religiosos em nossa prática de fé, ou somos omissos. O problema seguinte é o da não-operosidade do que se entende e propõe. Chega de discurso e de se esconder atrás de alguns. Deus quer mudar o nosso interior para que você mude ao seu redor. Então, vamos analisar sinais claros de religiosidade que vêm desde os tempos bíblicos e outras deformidades de nossa era, a qual chamaremos de pós-modernidade.
1º.) Quando delego a outro (sacerdote) a função de mediador; a questão do ungido.
A igreja busca hoje na quase deificação de alguns homens a solução ou a esperança para sua nulidade espiritual. Este é um...
- PROBLEMA ANTIGO: Ex. 20:18-21
Os israelitas queria que Moisés cuidasse da relação com o divino. De entender o que o Senhor queria e prescrevesse o que eles deveriam fazer. Hoje se dá, mais ou menos, na idéia de “assistir o culto” (que já é horrível, pois não assistimos, mas cultuamos), de dar o dízimo, levar os filhos para a EBI (e de preferência, que tais professores dêem a eles a educação cristã que eu deveria dar com minha vida e no dia-a-dia), e ouvir o direcionamento do líder (desde que não confronte muito a minha vivência – cristão tolera falar de pecado sexual, mas não gosta de ouvir falar de outros tipos de pecado...).
- AGRAVANTE: Davi e Saul
Quando somo a minha passividade diante da relação com Deus à idéia de que o líder é o ungido do Senhor, então tudo fica mais fácil de aceitar. Da parte do tal ungido, aparece a tolerância com esta idéia por conveniência eclesial e até mesmo profissional.
O ungido de Deus pode errar. Claro que pode. Mas o ungido deve se arrepender e não continuar no tal erro. Mas o que vemos é uma espécie de aprisionamento mental em que irmãos não se permitem deixar de caminhar com tais ungidos porque não toleram tais desvios. Algo ainda pior é a tolerância do erro porque os ungidos são usados por Deus. Daí a idéia de que nada posso fazer. Precisamos diferenciar usados e aprovados.
A unção davídica, como a araônica, são específicas para exercício de funções no Antigo Testamento e, de fato, Davi tolerou Saul por ele ser ungido para a função. E Davi gerou no coração de seus comandados um sentimento que fazia dele um homem segundo o coração de Deus: o reino não é humano e a minha hora, Ele é quem definirá.
Parece que a liderança da Igreja de Cristo se tornou um loteamento de títulos, onde cantores querem o tal título e a tal unção de pastor, quando não pastorearão ninguém. Então pra quê? Porque perdemos a noção de função no Corpo para a idéia retrógrada de cargos.
- POSIÇÃO BÍBLICA: Heb. 10:19-25.
2º.) Quando sacralizo o local de reunião – casa do Senhor??!!
Congregar era um problema para a Igreja primitiva. Perseguidos, o Templo não seria o local mais indicado. Anteriormente era por conta da importância de, no ministério de Jesus, estarem com os líderes judaicos expondo a Palavra. Também pela importância que o Templo tinha enquanto localização para todos que passavam pela cidade.
- PROBLEMA ANTIGO: II Samuel 7:1-8, 12, 13
Israel também sacralizou o Templo. É verdade que Deus manifestou com uma nuvem de glória sobre o Tabernáculo e que o Templo também presenciou teofanias de Deus. No segundo Templo o Senhor ajudou sobrenaturalmente a sua construção. Mas, apesar do segundo Templo não ter visto manifestações claras de Deus, de ser muito menos imponente, Deus disse que a glória do segundo seria maior do que a do primeiro. Exatamente pela maior manifestação de Deus ao homem (e que se daria no segundo): Jesus.
Depois da destruição do Templo em 70 d.C, os judeus aumentaram a importância das sinagogas como lugares de adoração. E aqui respeitamos a maneira como a cultura, a língua e mesmo o culto foram preservados através destes lugares. O problema não são os lugares, tão pouco a manifestação de Deus neles! Mas quando nós amamos mais a construção do que o construtor. Amamos mais a obra do que o Senhor da obra. É a síndrome de Babel.
- AGRAVANTE: Cristandade católica e a paróquia como centro da aldeia, das cidades e, porque não, do culto. As grandes catedrais, imponentes, pretendendo gerar respeito nos fiéis.
Até mesmo o próprio Francisco de Assis, considerado por mim o maior dos cristãos depois de João Batista (“entre os nascidos de mulher...”), por sua revolução de simplicidade e tentativa de Reforma, pelo viés do exemplo e pela mais absoluta paz e serviço, investiu grande parte de sua vida na reconstrução de capelas abandonadas.
- POSIÇÃO BÍBLICA: João 4:19-24.
Nem em Samaria, nem em Jerusalém, nem no Templo Maior.... adoração se dará em Espírito e em verdade!
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